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Mostrando postagens de dezembro, 2025
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  Oscilação Oscilação Você ainda acredita no amor, quando sabe que tudo que oscila morre no final? Eu sim. Ainda acredito. Mesmo sabendo que um dia o ritmo cessa, que a curva se desfaz, que o pulso silencia. Mas veja: o oscilador não morre porque errou — ele morre porque viveu. Porque respondeu a um impulso. Porque teve energia, forma, ritmo. Porque se moveu. Se não houvesse amor, não haveria sequer oscilação. Tudo seria estático: sem impulso, sem retorno, sem poesia. Na física, quando não queremos que a oscilação morra, o que fazemos? Reabastecemos. Introduzimos uma força periódica, alimentamos o sistema com intenção. Chamamos isso de oscilador forçado em regime permanente. E eu gosto de pensar que o amor é assim. Ele morre se for deixado à própria sorte. Mas se o alimentarmos — com presença, com cuidado, com vontade — ele encontra um novo equilíbrio, uma nova frequência, uma nova vida. O problema ...
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  Na brisa Eu flutuo, relaxo, descanso Ela me trás teu cheiro, teus risos Tuas poesias que ficavam a recitar Aos últimos raios que costumávamos aproveitar.   Recordo-me de nosso lar E de nossas reuniões ao crepúsculo E a brisa a espalhar por todo o ar O cheiro da hortelã, dos bolinhos e das rosas Com muitas cores a contemplar.   Na brisa Eu perco-me, desespero-me, enlouqueço Ela me trás teus sussurros, teus gritos Tuas mágoas e desequilíbrios que ficavas a desabafar   Apenas escuto a tua doce voz, a voz que vem a me assombrar a voz que rasga os meus sonhos, e não me deixa respirar E nunca vem me visitar, chega apenas para me lembrar que é o responsável por me isolar. THALITA FARIAS HERNESTO DO RÊGO Simples palavras a respeito da imensidão que se enxerga a partir da janela poética aberta por Thalita. Por Hiran de Melo A poetiza Thalita não costuma nomear seus poemas. A poesia que se inicia com a expressão na brisa, també...
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  O Templo Interior e a Perfeição Um Diálogo entre Kant, Nietzsche, Deleuze e Bourdieu sobre o Grau 14 do REAA Por Hiran de Melo O Templo está silencioso. A Luz do Oriente cai suave, como se acariciasse as pedras antigas. Quatro Mestres entram, cada um trazendo não apenas seu nome simbólico — Kant, Nietzsche, Deleuze e Bourdieu — mas uma forma única de olhar o mundo. Eles se sentam em círculo. Nada é dito por alguns instantes. Não por falta de palavras, mas porque o Grau 14 — o ápice dos Inefáveis — exige respeito. A respiração do Templo muda. E o diálogo começa.   A Perfeição é Dever Modelado em Pedra Kant fala primeiro, sem pressa, como quem acende uma vela: — Meus Irmãos, no Grau 14 o iniciado aprende que reconstruir o templo interior não é um gesto simbólico apenas… é um compromisso. A Perfeição aqui não é ser impecável, mas agir com autonomia moral, seguindo princípios que valham para todos. Ele olha ao redor e sua voz se torna mais suave: — Quando o...
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  Diálogo entre Pike e Foucault sobre o Grau 14 do REAA Por Hiran de Melo Personagens simbólicos: Pike – representa a visão filosófica e espiritual tradicional do Grau 14. Foucault – traz uma leitura crítica, mostrando como o saber simbólico também molda condutas e subjetividades. Dentro de uma Loja de Perfeição Pike : Meu irmão Foucault, chegamos ao Grau 14, chamado de Grande Eleito, Perfeito e Sublime Maçom . Este grau encerra os chamados Graus Inefáveis e marca a reconstrução do templo interior. Aqui, o iniciado não apenas busca a luz, mas a encontra dentro de si. É a consagração de uma jornada espiritual. Foucault: Interessante, Pike. Mas eu observo que esse discurso não é apenas espiritual. Ele também disciplina. O Grau 14 ensina como o maçom deve pensar, sentir e agir. É uma forma de moldar identidades. O iniciado passa a se vigiar, a se reconstruir segundo um modelo idealizado pela Ordem. Pike : Concordo que há disciplina, mas não como im...
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  O Nome Sagrado e o Grau 13 – Um Diálogo entre Mestres Por Hiran de Melo Cena Quatro Mestres Maçons se reúnem em um templo simbólico. O ambiente é silencioso, iluminado apenas por tochas que projetam sombras nas paredes. Ali, cada Mestre traz sua visão filosófica para refletir sobre o mistério do Nome Sagrado no Grau 13 – Cavaleiro do Real Arco . O Nome como Dever Moral Kant: “Meus irmãos, o Nome Sagrado não é uma palavra mágica que se pronuncia para obter poder. Ele é um ideal moral, um guia silencioso que orienta nossas ações. O silêncio diante do Nome é o reconhecimento de que a razão humana tem limites: sabemos que existe o Bem Supremo, mas não conseguimos descrevê-lo por completo. O iniciado do Grau 13 deve agir por princípios universais, não por interesse ou emoção. O verdadeiro segredo está dentro de nós — é a lei moral que nos chama a agir corretamente, mesmo quando ninguém nos observa.” O Nome como Superação Nietzsche: “Permita-me discordar, Kant. O Nom...
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  Diálogo entre Pike e Foucault sobre o Grau 13 do REAA Por Hiran de Melo Cenário: Dois mestres maçons, em um templo iluminado pelo candelabro de três braços, conversam sobre os mistérios do Grau 13 – Cavaleiro Real do Arco. Seus nomes simbólicos são Pike e Foucault . A Jornada Interior Pike: Irmão Foucault, o Grau 13 nos leva às profundezas da Terra simbólica. É como descer uma escada em espiral até encontrar a abóbada celeste oculta. Ali, o iniciado descobre o Nome Sagrado, que não é apenas uma palavra, mas um estado de consciência. Foucault: Concordo, irmão Pike. Mas eu acrescentaria que essa descida não é apenas espiritual. É também uma prática de autoconstrução. O iniciado aprende a vigiar seus pensamentos, disciplinar suas paixões e moldar a si mesmo. É o que eu chamaria de uma “tecnologia do eu”. O Nome Sagrado Pike: Albert Pike dizia que o Nome Sagrado é como a verdade eterna, esquecida pelo homem moderno. Encontrá-lo é reencontrar a centelha divina qu...
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  O Desafio do Mestre Arquiteto Por Hiran de Melo O Templo estava em um silêncio profundo, quase sagrado. No ponto mais central, a Luz do Oriente caía sobre um rascunho. Era um desenho simples, mas carregado de peso: um compasso aberto sugerindo possibilidades, um esquadro firme clamando por retidão e, por trás, as linhas de um Templo que ainda esperava ser terminado. Quatro pensadores, quatro Mestres de ideias que atravessam a história, se aproximaram. Eles não são apenas pessoas, mas a personificação de forças do pensamento: Kant, a voz da moral; Nietzsche, o grito da liberdade; Deleuze, o fluxo da mudança; e Bourdieu, a lucidez da estrutura social. Eles vieram para falar de nós, Maçons, e do Grau 12 – Grande Mestre Arquiteto, o momento em que a Ordem nos entrega a missão: construir a nós mesmos. 1. Abertura da Conversa: O Chamado para Ser Arquiteto Kant foi o primeiro, observando o desenho com uma serenidade que acalmava a alma: “Meus Irmãos, neste ponto da Jornad...