Diálogo entre Pike e Foucault sobre o Grau 13 do REAA

Por Hiran de Melo

Cenário: Dois mestres maçons, em um templo iluminado pelo candelabro de três braços, conversam sobre os mistérios do Grau 13 – Cavaleiro Real do Arco. Seus nomes simbólicos são Pike e Foucault.

A Jornada Interior

Pike:
Irmão Foucault, o Grau 13 nos leva às profundezas da Terra simbólica. É como descer uma escada em espiral até encontrar a abóbada celeste oculta. Ali, o iniciado descobre o Nome Sagrado, que não é apenas uma palavra, mas um estado de consciência.

Foucault:
Concordo, irmão Pike. Mas eu acrescentaria que essa descida não é apenas espiritual. É também uma prática de autoconstrução. O iniciado aprende a vigiar seus pensamentos, disciplinar suas paixões e moldar a si mesmo. É o que eu chamaria de uma “tecnologia do eu”.

O Nome Sagrado

Pike:
Albert Pike dizia que o Nome Sagrado é como a verdade eterna, esquecida pelo homem moderno. Encontrá-lo é reencontrar a centelha divina que habita em nós.

Foucault:
E eu diria que esse Nome é também um símbolo do poder do silêncio. Nem tudo pode ser dito. Algumas verdades precisam ser guardadas, vividas, não pronunciadas. O silêncio do Cavaleiro do Arco Real é uma forma de sabedoria.

Educação, Religião e Autoconhecimento

Pike:
Nos rituais, aprendemos que educação e religião não devem ser confundidas. A educação desperta o intelecto; a religião, a fé. Juntas, razão e intuição nos conduzem ao equilíbrio.

Foucault:
Sim, mas veja: a própria maçonaria é uma instituição que molda o sujeito. Ela disciplina, orienta e oferece símbolos para que o iniciado construa sua identidade. O Grau 13 é uma escola de autogoverno, onde o maçom aprende a ser juiz de si mesmo.

O Mistério do Silêncio

Pike:
O Nome Inefável não pode ser pronunciado. Isso lembra a tradição apofática: Deus é aquilo que não pode ser dito. O silêncio é a linguagem dos sábios.

Foucault:
E esse silêncio também revela limites do saber. Há um ponto em que a linguagem falha, e só a experiência resta. O iniciado compreende que o mais sagrado não se explica — se vive.

A Missão do Cavaleiro do Arco Real

Pike:
O dever do Cavaleiro é buscar a verdade com humildade, purificar-se das paixões e respeitar o silêncio sagrado.

Foucault:
E, ao fazer isso, ele descobre que o Nome não é apenas uma palavra perdida. É a parte mais profunda de si mesmo, reencontrada no trabalho interior.

Conclusão

Pike:
Assim como o prisioneiro da caverna de Platão deve voltar-se para a luz, o Cavaleiro do Arco Real deve voltar-se para dentro.

Foucault:
E ao mergulhar no silêncio e na disciplina, ele descobre que o Nome é um estado de consciência. Não se diz — se vive.

Mensagem final aos irmãos:

O Grau 13 nos ensina que a verdadeira jornada não é para fora, mas para dentro. O Nome Sagrado é o reflexo do Divino em nós, e só pode ser encontrado por meio da humildade, da disciplina e da experiência mística.

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