Eu olhei o futuro nos olhos, ele é meu - Um Convite à Transformação

Por Hiran de Melo

O poema de Sofia Isella pulsa como um coração em movimento, vibrante e visionário. Ao afirmar “Eu olhei o futuro nos olhos, ele é meu”, a voz poética não apenas reivindica o porvir, mas se funde a ele — como quem já respira o ar que ainda não existe, mas se prepara para habitá-lo. Há uma tensão entre o caos da distração e a lucidez de quem escolhe estar desperto, entre o mergulho na confusão e a coragem de ver “algo não muito distante”.

Essa postura ressoa com duas perspectivas que iluminam o caminho da existência: a de Jean-Yves Leloup e a de Martin Heidegger. Leloup nos convida a reconhecer que o futuro não é uma projeção técnica, mas uma experiência de consciência. Antes de transformar o mundo, é preciso despertar para o que somos hoje — nossos limites, desejos, doenças — e encontrar o mestre interior que nos conduz à cura e à lucidez. Heidegger, por sua vez, nos lembra que somos “seres-no-tempo”, lançados no mundo com a tarefa de nos compreender a partir da nossa finitude e abertura ao futuro. O futuro, então, não é um objeto a ser conquistado, mas uma dimensão do próprio ser — algo que nos interpela e nos constitui.

No poema, o gesto de “comer os dias como creme e torta” não é apenas uma metáfora de domínio, mas de integração. O futuro não é um inimigo a ser vencido, mas uma realidade a ser digerida, metabolizada, tornada íntima. A repetição enfática — “meu, meu, meu” — revela uma apropriação existencial: não se trata de posse, mas de presença. É o chamado para assumir a própria existência com autenticidade, mesmo diante de visões desconcertantes — sangue, bebês em ternos de homem, pessoas felizes em ignorar o problema.

A viagem relâmpago que se anuncia não é apenas velocidade, mas intensidade. Viver não é esperar o futuro chegar, é atravessá-lo com coragem. O poema não recua diante do terror, mas o transforma em festa. Ele nos lembra que o infinito não está fora, está dentro — e só pode ser acessado por quem se atreve a olhar com olhos despertos, mesmo que ainda estejam marejados.

Este é o convite: transformar-se. Iluminar o caminho com o exemplo de uma vida em movimento. Ser presença no tempo, ser consciência no caos, ser luz no porvir. O futuro não é um destino, é uma escolha contínua de estar, ver e dizer: “é meu”. Que cada passo seu inspire outros a caminhar.

Veja a letra do poema no link

https://www.letras.mus.br/sofia-isella/i-looked-the-future-in-the-eyes-its-mine/traducao.html

Assista o vídeo no link:

https://youtu.be/4jy-hwkDXHM?si=J9xILoDJt0lrZD7R

Sinta a poesia viva no link:

https://youtu.be/5FrzAmpM8H8?si=ie43FQUGpN_P2Phx

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