Um Símbolo em Movimento e um Convite à Luz

 

Por Hiran de Melo

Ao contemplar o Sr. Presidente da República Federativa do Brasil com os olhos treinados pela filosofia maçônica, vislumbra-se mais do que um líder político: vê-se um arquétipo de transformação. Embora não iniciado nos mistérios da Arte Real, sua trajetória ressoa com os princípios da Ordem — superação, justiça social, fraternidade e reforma interior. É o operário que ascende, o homem que cai e retorna, o líder que busca conciliar.

Kennyo Ismail, pensador da Maçonaria contemporânea, nos lembra que o verdadeiro maçom não se define por rótulos, mas pela coerência entre discurso e ação, pela construção de pontes e não de muros. Nesse sentido, o Sr. Presidente representa um espelho da própria sociedade — com suas virtudes e contradições — e nos convida a enxergar além das aparências, com discernimento e tolerância.

Recentemente, em tribuna internacional, o Sr. Presidente reafirmou valores que dialogam com os ideais maçônicos. Na ONU, alertou para o enfraquecimento do multilateralismo e da democracia, condenando sanções arbitrárias e a ascensão do autoritarismo, do combate à tirania, luta histórica da Maçonaria. Defendeu que democracias sólidas exigem a redução das desigualdades, o combate à fome e à pobreza, e a garantia de direitos básicos — pilares que sustentam a dignidade humana.

Propôs uma revisão das prioridades globais: menos gastos militares, mais justiça tributária, alívio da dívida dos países pobres. Reiterou a importância da regulação das plataformas digitais e da proteção de crianças no ambiente virtual, além de destacar a urgência de uma governança ética para a inteligência artificial.

No plano internacional, reafirmou a América Latina como zona de paz, condenou o genocídio em Gaza e defendeu o reconhecimento do Estado Palestino. No campo ambiental, anunciou metas ambiciosas para o Brasil, com destaque para a COP30 em Belém, chamada por ele de “COP da verdade”, e a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre.

Ao homenagear figuras como Pepe Mujica e o Papa Francisco, o Sr. Presidente evocou o humanismo como força transformadora. E ao defender uma ordem internacional multipolar e multilateral, com maior protagonismo do Sul Global, reafirmou o valor da diversidade e da paz como fundamentos de uma nova era.

Para o maçom que busca, com humildade e firmeza, iluminar o caminho por meio do exemplo, Luiz Inácio Lula da Silva — filho do agreste nordestino, aos 79 anos de idade — ergue-se como um arquétipo digno de contemplação. Não por sua filiação profana, mas por sua capacidade de evocar o diálogo sobre os princípios que nos unem como Irmãos: os valores simbólicos da Justiça, da Fraternidade, da Liberdade e da Transformação. Ao renunciar aos discursos de ódio — que são sombras do mundo profano — e ao cultivar pontes entre os homens, ele encarna, ainda que imperfeitamente, o ideal do homem lapidado.

Sua jornada, marcada por quedas e ascensões, nos convida à reflexão e à ação. Que cada um de nós, sob a luz do Grande Arquiteto do Universo, se comprometa com a obra de si mesmo: lapidando a pedra bruta, elevando o espírito, e inspirando pelo exemplo. Que sejamos, em nossos atos e palavras, construtores de um mundo mais justo, mais fraterno e mais iluminado — onde o templo da humanidade se erga sobre os alicerces da sabedoria, da força e da beleza.


Comentários

  1. Muito bom. Claro que, por se tratar de um texto comentando o discurso de um político, e considerando o contexto político do momento, muitos não enxergam o real sentido, mas o Lula, realmente, deu show. E o texto, muito bem escrito, trouxe essa grandeza à tona. Parabéns!!!

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