Um Chamado à Responsabilidade Histórica

Por Hiran de Melo

O Brasil, nas últimas décadas, enfrentou tempestades que abalaram suas Colunas fundamentais: Justiça, Liberdade e Igualdade. Como um Templo em constante construção, coube às instituições democráticas resistir aos ventos da intolerância e às sombras do autoritarismo. Essa resistência não nasceu do acaso, mas da firmeza de homens e mulheres que compreenderam que o Estado Democrático de Direito é a Pedra Angular de nossa convivência republicana.

Nossa democracia, ainda jovem, permanece vulnerável — e por isso exige vigilância constante. Assim como o Compasso e o Esquadro nos lembram da necessidade de equilíbrio e retidão, também as instituições democráticas pedem zelo, coragem e proteção. Não se trata de uma abstração jurídica: trata-se de um espaço sagrado, onde se asseguram direitos, se respeitam diferenças e se constrói o futuro pela força do diálogo e da legalidade.

O maior risco está em normalizar o discurso que corrói esses alicerces. A democracia não é neutra diante de quem deseja destruí-la. Assim como não se tolera a profanação de um Templo, também não podemos aceitar a diluição das liberdades e dos princípios republicanos. Cabe a todos — cidadãos, instituições, partidos e organizações — erguer-se como Guardiões do Estado Democrático de Direito, protegendo suas colunas: eleições livres, liberdade de expressão, independência dos poderes, respeito às minorias e fidelidade à Constituição.

Defender a democracia é mais do que um gesto político: é um compromisso ético, uma iniciação permanente diante da História. É reconhecer que, mesmo imperfeita, ela é a única forma de governo capaz de corrigir seus próprios erros sem recorrer à violência. É entender que o pluralismo — por vezes incômodo, em tempos de polarização — é a essência da convivência republicana: a multiplicidade de pedras que, unidas, sustentam o mesmo edifício.

Olhar para o presente com realismo e esperança é nosso dever. Não cabe idealizar o passado nem romantizar o presente, mas acreditar que, com coragem e perseverança, é possível reconstruir pontes, fortalecer instituições e renovar o pacto democrático. É a mesma coragem que, outrora, sustentou a redemocratização, enfrentou o autoritarismo e que hoje precisa ser reavivada em cada cidadão comprometido com a Luz da Liberdade e com a Justiça.

Que este chamado ecoe em nossos corações como uma verdadeira obrigação maçônica: jamais abrir mão da democracia, mesmo quando ela se mostra frágil. Pois é justamente em sua fragilidade que reside sua grandeza — e, em nossa fidelidade, a força de nosso juramento à dignidade humana e ao progresso da sociedade.

Em tempos em que potências estrangeiras, como o governo norte-americano sob Donald Trump, insistem em tratar o Brasil com desdém, como uma republiqueta de bananas, cabe a nós — maçons e cidadãos conscientes — reafirmar com firmeza e ternura o nosso dever: defender o Estado Democrático de Direito brasileiro com altivez, sabedoria e amor à Pátria.

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