Fragmentos de
registros de um andarilho no caminho da luz
Feliz daquele que trilhou o
caminho da luz e tem a oportunidade de participar novamente, quantas vezes necessárias
for, para acompanhar, seguir, acolher um novo irmão nessa nova caminhada. 
E assim sendo, nos
permitimos ser vistos e ao mesmo ver o outro: 
a luz que habita em mim se reconhece na que habita em vós. 
Cada iniciação é sempre uma
inspiração na busca da Perfeição. Cada erro corrigido, cada novo aprendizado, é
uma motivação para continuar.
Só faltou um convite, um
aceno, um chamado ... quase nada; e ficou à espera de quase nada, que era
tudo.  Tudo e quase nada, apenas um aceno,
uma mensagem, um sinal.
E nada aconteceu, e o
silêncio quase sepulcral se perpetuou!
Mas, este silêncio não
estava nas trevas e sim na Luz. E a luz se fez som - voz e resplandeceu sobre
as trevas.
Sapientíssimo Mestre Josivan Campos Brasil – Presidente do
Sublime Capítulo Adonhiramita Lúcio Nelson Martins.
Breve
Consideração 
Por Hiran de Melo
O Silêncio Que Ilumina
O
texto “Fragmentos de registros de um andarilho no caminho da luz” é mais do que
uma reflexão poética — é um testemunho simbólico da jornada iniciática. Ele
fala de quem já percorreu o caminho e, com humildade, retorna para acolher o
próximo. Essa atitude, de voltar para guiar, é profundamente maçônica: o
verdadeiro iniciado não se afasta do caminho, ele se torna parte dele.
Kennyo
Ismail, escritor e estudioso da maçonaria, costuma lembrar que o processo
iniciático não é um evento isolado, mas uma travessia contínua. Cada passo,
cada erro corrigido, cada silêncio vivido, é parte da lapidação da pedra bruta
— não para torná-la perfeita aos olhos dos outros, mas para que ela revele sua
própria luz.
O
trecho “a luz que habita em mim se reconhece na que habita em vós” traduz com
beleza o princípio da fraternidade: não há hierarquia entre os que caminham, há
reconhecimento. A luz não se impõe, ela se reflete.
E
quando o texto fala do “quase nada” — o convite que não veio, o sinal que não
chegou — ele toca num ponto delicado da experiência humana: a espera. Mas essa
espera não é vazia. Ela é silêncio fértil. Porque, como o autor diz, “o
silêncio não estava nas trevas e sim na Luz”. E é aí que o texto se aproxima da
essência do rito: o que parece ausência pode ser preparação. O que parece
silêncio pode ser revelação.
Na
maçonaria, o silêncio é um dos primeiros aprendizados. Não como omissão, mas
como escuta. Escutar o outro, escutar a si mesmo, escutar o que não foi dito. E
quando “a luz se fez som”, o texto nos lembra que há momentos em que a verdade
se manifesta — não com estrondo, mas com clareza.
Essa
caminhada do “andarilho da luz” é, no fundo, a caminhada de todos nós. E como diria
Ismail, o verdadeiro iniciado é aquele que entende que a jornada não termina
com a iniciação, mas começa com ela. Porque a luz não é um destino — é um modo
de caminhar.
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