O Perfume de Deus
Por Rômulo Hamad Pereira
Estou a sentir o aroma do jasmim do meu jardim
Que gostoso sentir o perfume de Deus
Entra no meu orfanato, na minha mente, no meu espírito
Oh! Deus como sou grato por isso
Gostaria de levar a todos meus irmãos esse perfume
divino.
Reflexão – Uma leitura possível do poema
O poema "O
Perfume de Deus", de Rômulo Hamad Pereira, é uma verdadeira celebração
sensorial e espiritual, que transporta o leitor para um espaço onde a natureza
e a fé se encontram de forma sublime. A imagem do "aroma
do jasmim" imediatamente evoca um
ambiente sensorial rico, onde o cheiro se torna o veículo de uma experiência
quase transcendental. O perfume, como símbolo da presença divina, sugere algo
etéreo, mas ao mesmo tempo profundamente palpável para o eu lírico.
O verso inaugural,
"Estou
a sentir o aroma do jasmim do meu jardim", é simples,
mas profundamente eficaz. Ele coloca o leitor diretamente na cena, como se
estivesse respirando o ar do jardim ao lado do poeta. Esse toque de
familiaridade e proximidade é bem-vindo, pois aproxima o divino da experiência
cotidiana.
A transição para a
oração, "Que gostoso sentir o perfume de Deus", revela a profundidade espiritual que o poeta
encontra no simples ato de sentir o cheiro. A expressão "perfume
de Deus" é uma metáfora potente, pois associa algo
comum e sensorial à ideia de algo superior e sagrado. Aqui, o poema sugere que
a presença divina não precisa ser algo distante, mas sim algo que pode ser
sentido e experimentado de maneira íntima.
O verso "Entra
no meu orfanato, na minha mente, no meu espírito" carrega um peso
emocional profundo. O uso da palavra "orfanato"
pode simbolizar a busca por pertencimento e cuidado, talvez refletindo uma
sensação de vazio ou de necessidade espiritual que o poeta deseja preencher com
a divindade. Ao conectar a mente e o espírito com o "perfume", o poeta transforma o simples ato de respirar
em uma experiência holística, que envolve o corpo, a alma e a mente.
A gratidão expressa
no verso "Oh! Deus como sou grato por isso" dá um tom de reverência e humildade ao poema,
consolidando a ideia de que a experiência do perfume divino é um presente. E a
conclusão, "Gostaria de levar a todos meus irmãos esse
perfume divino", reforça a ideia de
generosidade e compartilhamento, sugerindo que o que é sentido com tanta
intensidade pelo eu lírico deve ser oferecido aos outros, como um presente de
amor e espiritualidade.
Por fim, o poema é
um convite a refletir sobre a beleza das pequenas coisas e como elas podem nos
conectar com o divino. A simplicidade das imagens e a profundidade da
espiritualidade tornam esse texto uma leitura envolvente e tocante, que nos
lembra da gratidão e da importância de compartilhar as bênçãos da vida.
Poeta Hiran de Melo
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