Falso
moralismo
Por Gelda
Moura
Entre palavras descritas a esmo
Lí o que deveria ser vísto
Me amparei nos degraus do tempo,
Para dar tempo ao tempo
Apesar de tentar esquivar o certo
Me vi viva, nos erros cometidos
Morrer para ser verdade ou sugerir que a vida pulse?
Que viva pulsante essa vida desgarrada
Antes que se acabem as estradas e se percam as palavras
Antes que a minha loucura esconda minhas verdades
E me faça viver em mentiras tão vividas
Que me arranque os sonhos e abra minhas feridas
Não haverá pedido de volta, nem beijo de chegada
Pois o falso moralismo nunca foi a minha estrada.
Reflexão – Uma leitura possível do poema
O poema 'Falso
Moralismo' de Gelda Moura é um grito de rebeldia contra a hipocrisia. Desde o
título, a poetisa deixa claro que não compactua com julgamentos superficiais.
Ela busca uma vida autêntica, 'pulsante'
e 'desgarrada', livre das amarras sociais. O tempo é um espaço de
reflexão, onde a poetisa questiona a dualidade entre ser verdadeira e
simplesmente existir. O medo de perder a essência e a capacidade de se
expressar é palpável, revelando a angústia de quem busca a própria voz em um
mundo cheio de máscaras. Façamos, agora, uma leitura estrofe por estrofe.
Entre
palavras descritas a esmo
Lí o que
deveria ser vísto
Me
amparei nos degraus do tempo,
Para dar
tempo ao tempo
Apesar
de tentar esquivar o certo
Me vi
viva, nos erros cometidos
Morrer para
ser verdade ou sugerir que a vida pulse?
A primeira estrofe
sugere uma imagem inaugural: Uma jovem poetisa, com olhar pensativo, segura um
caderno aberto, onde se vêem versos manuscritos. Ao fundo, um relógio antigo
marca o tempo.
Nesta estrofe
inicial, Gelda Moura nos convida a mergulhar em seu mundo interior, onde
palavras e tempo se entrelaçam. A expressão "descritas
a esmo" sugere uma escrita livre, sem amarras, como
se a poetisa estivesse desvendando seus próprios pensamentos.
Ao afirmar "Lí
o que deveria ser vísto", ela nos
instiga a questionar as aparências e a buscar o que se esconde nas entrelinhas.
O tempo, aqui, é um aliado na jornada de autoconhecimento, mas também um palco
de conflitos internos. A poeta tenta "esquivar o certo", desafiando convenções e buscando sua própria
verdade.
O reconhecimento de
que seus erros a fizeram "viva" revela a
força da experiência e a importância de abraçar a própria jornada, com suas
imperfeições e aprendizados. O questionamento final, "Morrer
pra ser verdade ou sugerir que a vida pulse?", ecoa como
um grito de liberdade, um convite para viver intensamente, sem medo de errar ou
de ser julgada.
Esta estrofe nos
convida a refletir sobre a importância da autenticidade, da liberdade de
expressão e da busca por uma vida plena, onde os erros são vistos como degraus
para o crescimento pessoal.
Que viva
pulsante essa vida desgarrada
Antes
que se acabem as estradas e se percam as palavras
Antes
que a minha loucura esconda minhas verdades
E me
faça viver em mentiras tão vividas
Que me
arranque os sonhos e abra minhas feridas
Não
haverá pedido de volta, nem beijo de chegada
Pois o
falso moralismo nunca foi a minha estrada.
Na segunda estrofe,
a autora nos leva para um passeio de montanha-russa emocional. A vida, "pulsante", é tipo uma festa, cheia de energia, mas
"desgarrada", como se estivesse rolando fora do controle.
Imagina só, viver no máximo, mas sentir que algo está fora do lugar?
O tempo vira um
vilão aqui. As "estradas que se acabam" são tipo um cronômetro correndo, e a poetisa
sente o medo de perder a chance de viver tudo o que quer. E as "palavras
que se perdem"? É como ter um tesouro
escondido, mas não lembrar onde guardou.
A poetisa fala de
"mentiras
tão vividas", tipo máscaras que a
gente usa para se encaixar, mas que sufocam a nossa verdade. Esses disfarces
podem até parecer legais no começo, mas acabam abrindo feridas antigas e
roubando nossos sonhos.
E aí vem o "falso
moralismo", a galera que diz o que
você "deveria" ser, mas que não tem nada a ver com quem você é de
verdade. A poeta manda um "nunca foi a minha estrada", tipo um grito de liberdade. Ela prefere ser
ela mesma, com todos os defeitos e qualidades, do que viver uma mentira.
Leituras...
Errar é Humano, Ser Autêntico é
Revolucionário!
Na conclusão, a
poeta joga a real: a vida é uma aventura cheia de erros e aprendizados, mas o
mais importante é ser você mesmo, sem máscaras. Ela mostra que a gente vive num
mundo cheio de regras chatas e expectativas, mas que a gente não precisa seguir
o fluxo.
Tempo, Caminhos e Feridas: A Jornada
da Descoberta
As imagens do
"tempo" correndo, das "estradas" que a gente escolhe e das
"feridas" que a gente carrega são tipo um mapa da nossa jornada. A
poeta usa essas imagens para mostrar que a vida é cheia de altos e baixos, mas
que a gente precisa enfrentar os desafios para se encontrar.
Por fim
O "falso
moralismo" é tipo um vilão que tenta nos impedir de ser quem somos. A poetisa
mostra que a gente não precisa se encaixar em padrões que não fazem sentido para
nós. Ela nos convida a ser rebeldes, a questionar as regras e a lutar pela
nossa liberdade de expressão.
Poeta Hiran de Melo
Obrigada,Bruxo!
ResponderExcluirConsegues sentir cada palavra ,trazendo em tua reflexão tudo que sinto e sou.