Beija-Flor

 

Por Cecília Nóbrega

 

Lá na minha varanda

Canta doce

Um beija-flor

Celebrando a vida

Tão bela

Com um canto

Um canto

De amor

Canta suave

Sereno, ligeiro

Anunciando a breve

Existência da flor.

 

Reflexão – Uma leitura possível do poema

 

O poema "Beija-Flor", de Cecília Nóbrega, é uma delicada celebração da vida e da efemeridade da natureza, transmitida de maneira direta e impactante. Através da figura do beija-flor, a poetisa nos convida a refletir sobre a beleza que se manifesta nas pequenas coisas e a efemeridade da existência.

 

A primeira imagem que se apresenta, "Lá na minha varanda", cria imediatamente uma cena íntima e acolhedora, como se o leitor estivesse sendo convidado a testemunhar algo pessoal e próximo. A varanda, um espaço de transição entre o interior e o exterior, serve como uma metáfora para o momento de contemplação e conexão com o mundo ao redor.

 

O beija-flor, que "canta doce", é uma figura central e simbólica. O verbo "canta" atribui ao beija-flor uma qualidade quase humana, como se ele tivesse o poder de expressar sentimentos através da sua melodia. O uso de "doce" intensifica a suavidade e a delicadeza da cena, sugerindo uma celebração de vida plena, sem pressa, mas repleta de amor e alegria.

 

Ao afirmar que o beija-flor "celebra a vida / Tão bela", o poema se aprofunda no significado simbólico desse pequeno ser, como se ele fosse um mensageiro da própria essência da vida: bela, efêmera e, ao mesmo tempo, cheia de vitalidade. O verbo "canto" e a repetição do termo "um canto" no poema criam uma musicalidade suave, que imita a leveza e a suavidade do próprio beija-flor.

 

O contraste entre a "breve existência da flor" e o canto do beija-flor traz uma reflexão sobre o tempo. O beija-flor, que voa ligeiro e sereno, pode ser visto como uma metáfora para a transitoriedade da vida, onde a flor, símbolo da beleza efêmera, tem um tempo limitado, mas, ainda assim, é digna de ser celebrada. Essa transitoriedade é celebrada de forma positiva, não como uma perda, mas como um lembrete do valor de cada momento.

 

Por fim, "Beija-Flor" é uma ode à beleza efêmera da vida, expressa através da imagem do beija-flor e da flor. A simplicidade das imagens e a musicalidade do poema envolvem o leitor em uma experiência sensorial que celebra a natureza e a brevidade da existência, convidando-nos a refletir sobre como encontramos beleza e amor nas coisas que são, por vezes, mais passageiras. É um poema que, com delicadeza, nos ensina a valorizar o momento presente.

 

Poeta Hiran de Melo


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