VIDA
SACROSSANTA
Por Cecília
Nóbrega
Célere a vida caminha
Em nossas mãos
Linhas, destino
Encantos e prantos
Oh!! Força Divina
Não convertes
A vida
Essa beleza
Em Morte fria
Em nada.
Reflexão – Uma leitura possível do poema
A poetisa Cecília
Nóbrega, em a 'Vida Sacrossanta', demonstra um domínio efetivo da linguagem
poética. Com uma concisão que intensifica o impacto de cada palavra, ela nos
leva a reflexão sobre a vida, a morte e a espiritualidade. O
poema é um testemunho do poder da poesia em explorar os mistérios da existência
humana, convidando-nos a contemplar o significado da vida e a buscar a
transcendência em meio ao sofrimento. A força da linguagem de Nóbrega reside em
sua capacidade de evocar emoções profundas com poucas palavras, criando um
espaço para a introspecção e a contemplação.
O início do poema,
"Célere
a vida caminha", já nos apresenta a
ideia de que a vida é fugaz, veloz e implacável. O uso de "célere" transmite a ideia de algo que avança
rapidamente, sem pausas, sem voltas atrás, refletindo a irreversibilidade do
tempo. Em seguida, "Em nossas mãos / Linhas, destino" cria uma imagem forte de responsabilidade e
controle. As mãos, ao mesmo tempo, remetem à ação humana, e as "linhas" podem ser interpretadas como as linhas do
destino ou as escolhas que moldam o curso da vida, sugerindo que, de alguma
forma, temos algum controle sobre o nosso caminho, mas sempre dentro das
limitações impostas pelo próprio destino.
A dualidade entre
"Encantos
e prantos" traz uma tensão
emocional, apontando para as alegrias e tristezas que coexistem na experiência
humana. As palavras, com sua sonoridade e oposição, criam um contraste que
reflete a complexidade da vida e sua imprevisibilidade.
A invocação de uma
"Força
Divina",
seguida pelos versos "Não convertes / A vida /
Essa beleza / Em Morte fria / Em nada", é um momento de grande força espiritual no poema.
A poetisa parece questionar ou até desafiar essa força divina, pedindo que a
beleza da vida não seja transformada em uma "morte fria" e vazia. A morte aqui é descrita não apenas como o fim da vida,
mas como algo desprovido de sentido, um "nada", o que adiciona um tom de
urgência e de desejo de preservação da beleza e do significado da existência.
A construção das
frases no poema é direta e impactante. A ausência de pontuação após "Força
Divina" sugere uma pausa dramática, como se o eu
lírico estivesse em um momento de súplica ou reflexão profunda. A ruptura nas
expectativas do ritmo, como em "Não convertes / A vida / Essa beleza / Em
Morte fria", intensifica o apelo
emocional, reforçando a ideia de uma oração ou clamor por compreensão e por
intervenção divina.
O título "Vida
Sacrossanta" já antecipa o tom
reverente e sacro do poema, sugerindo que a vida é algo divino, sagrado e digno
de respeito. Ao associar a vida com a sacralidade, o poema eleva a questão da
morte para um plano mais espiritual e filosófico, convidando o leitor a
refletir sobre o valor da vida e a inevitabilidade da morte, mas também sobre a
esperança de que a morte não seja vista como um fim absoluto.
Por fim, "Vida
Sacrossanta" é um poema que explora com força e clareza a luta entre a
vida e a morte, a beleza e a finitude. A poetisa Cecília, com sua linguagem
concisa, mas carregada de emoção, faz um apelo por uma compreensão maior da
vida como algo sagrado e não como uma mera transição para o "nada". É
um poema reflexivo e espiritual, que nos leva a considerar o valor da
existência e a eterna busca por significado diante da efemeridade humana.
Poeta Hiran de Melo
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