
Fala Objetiva X Fala Subjetiva
Introdução
Cada civilização que surge ao longo da
história é baseada em um conjunto de conhecimentos. Conhecimentos que são de
diversas naturezas e usos. Para recordar citaremos três dentre os componentes deste
conjunto.
Os conhecimentos técnicos são relativos
ao como fazer. Por exemplo, como fazer engenhos, invenções e/ou melhoramento de
instrumentos. De um modo geral poderemos nos referir a estes tratando-os como
Engenharias. Engenharia Mecânica, Engenharia dos Materiais, Engenharia
Econômica, etc.
Os conhecimentos médicos são relativos
ao como recuperar a saúde ou como minimizar o sofrimento de quem padece de um
desiquilibro orgânico, físico ou mental.
Os conhecimentos ideológicos são os que
se destinam a justificar a hegemonia no poder de um grupo político sobre os
demais na sociedade humana.
Na base deste conjunto de conhecimentos
temos os olhares subjetivos e o olhar objetivo sobre o que se observa e gera
informações.
O olhar objetivo é produzido a partir
da delimitação do objeto em estudo. Isto é, se informa qual a porção (a
amostra) do universo que se deseja estudar e a partir daí se faz perguntas ao
objeto.
Faz-se perguntas através de excitações
(entradas) e se registra as respostas (saídas). O conjunto das entradas e saídas
é rigorosamente documentado e informado à comunidade acadêmica. Este conjunto
pode ser aferido por qualquer membro da comunidade. Para tanto, basta repetir o
experimento originário do conjunto.
Este tipo de conhecimento é dito
objetivo porque é o objetivo que fala. Daí se usar uma linguagem neutra. Não se
anuncia “eu verifiquei”. É gravado “verifica-se”. O que significa que qualquer
um pode verificar o que é informado.
O olhar subjetivo é de um indivíduo que
anuncia “eu vi”, “eu sei” ou “me foi revelado”. Portanto, é um conhecimento do
sujeito. Ele pode compartilhar com um grupo de admiradores (simpatizantes) que
o receberá como válido.
Este tipo de conhecimento é lastreado
pelo nível de consciência do informante. Mas, não necessariamente pela formação
acadêmica. Muitas vezes é divulgado
pelos simpatizantes, não pelo próprio indivíduo. Muitas vezes apenas divulgados
pela via oral. E só muito mais tarde, outros resolveram registrar na forma
escrita. Daí surgirem vários textos tratando do mesmo assunto, todavia se
diferenciando em detalhes que levam às diferenciadas cosmovisões (variantes). Todavia,
todas se referindo a fonte original (matriz).
O conjunto de conhecimentos objetivos
pode ser usado por qualquer membro da comunidade científica para elaborar
racionalmente uma explicação, uma teoria a respeito dos resultados observados.
A consistência de uma teoria pode ser testada através de previsões que a mesma
pode oferecer sobre novas respostas do objeto, derivadas de novas excitações
ainda não realizadas.
O conjunto de conhecimentos subjetivos,
também, pode ser usado pelo líder da comunidade de crentes para elaborar
racionalmente uma explicação, uma lei regente do mesmo. A consistência desta
lei nunca pode ser verificada porque, em geral, se trata de uma crença absoluta
na autoridade do líder.
Existem outros tipos de conhecimentos
que não se enquadram nestas duas categorias. São conhecimentos adquiridos pela
observação do comportamento da natureza ou de uma comunidade de seres vivos. No
primeiro caso dificilmente é factível de experiências rigorosamente
controladas. No segundo caso dificilmente de presta para prever o comportamento
de outros grupos de seres vivos. Todavia, são conhecimentos específicos e
válidos no universo observado.
Por exemplo, as Leis da Mecânica
Newtoniana são válidas em uma significativa amostra do universo. Todavia, não
se aplica ao universo total. Nesta a teoria da relatividade, a concepção do
espaço-tempo, é mais apropriada. Nas leis de Newton o tempo é absoluto, na
teoria de Einstein o tempo é relativo, depende da posição do observador.
Estas breves exposições se prestam para
alertar que notícias apresentadas como verdades, podem ser apenas ilusões.
Apresentadas de boa-fé por quem as divulga; ou conscientemente vendidas como reais,
para fins de manipulações ideológicas.
Por fim, seres humanos justos e
perfeitos são ficções boas, se vistas como metas a serem atingidas através de
sucessivas gerações. Pois os humanos são seres perfectíveis. Entretanto, quando
o indivíduo se acredita justo e perfeito, não passa de uma mentira. E quando
declara que um outro é justo e perfeito, e acredita no que afirma, está criando
um mito (um obstáculo) que o impedirá de evoluir.
Hiran
de Melo - Sublime
Príncipe do Real Segredo, Grau 32 do R\E\A\A\ e Cavaleiro Noaquita, Grau 13 do Rito Adonhiramita.
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