Agora & Antes – Capítulo 3

Um olhar que se volta ao consumo

 

O olhar retorna ao presente e constata a dinâmica da era do consumo. Nesta, nada satisfaz em definitivo, tudo se apresenta como uma novidade já ultrapassada. O que é objeto de desejo perde o valor simbólico instante após ser adquirido. E, logo, a unidade se perde. Ao se tornar posse, já se constitui uma decepção, uma fragmentação, algo a ser trocado, dispensado na primeira oportunidade.

 

O tempo não é mais retido. Não há espaço para a contemplação do ser. O tempo não para, como grita o poeta morto. Novos objetos clamam por serem adquiridos. A era do consumo é o domínio do ter que não satisfaz nem no instante da aquisição do que se fazia objeto de desejo. O tempo escapa da mão do consumidor manipulado pela máquina do "marketing".  Para esta máquina não existem pessoas, apenas público alvo. Público que não escolhe o que quer, ao contrário, aceita o que lhe é imposto. Neste contexto, não há gente, tudo é coisa.

 

Os líderes políticos já não dizem o que pensam, já não se apresentam com ideias próprias ou ideais utópicos. Eles dizem o que supostamente o povo quer ouvir. Pois, quem sabe o que o povo quer ouvir é a estatística. E quem sabe como o povo quer ouvir é o marketing.

 

Não se cogita o que o povo deveria ouvir ou querer no sentido do desenvolvimento da humanidade. Ao contrário, manipula-se as mídias para fazer com que o povo deseje o que é melhor para gerar lucros para o sistema político ideológico dominante. As pessoas são juntadas em uma arena, e se tornam coisas solitárias na multidão.

 

Poeta Hiran de Melo - Mestre Instalado, Cavaleiro Rosa Cruz e Noaquita - oráculo de Melquisedec, ao Vale do Mirante, 2 de agosto do ano 2013 do encontro com a palavra perdida.

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