Agora & Antes – Capítulo 1


O medo do outro e de si mesmo

 

O anúncio de um tempo de incertezas se dá pelo apelo da alma em estar segura. Mesmo que esta segurança se dê aos custos de um contorno de arame farpado, numa fortaleza prisão.

 

Na expressão "agora eu sei" enxerga-se um saber revelado em clima de sofrimentos. Uma vez que este saber se apresenta na idade em que se poderia buscar maior liberdade. Neste contexto é o que há de mais terrível no anúncio. Estando o poeta em uma época que se faz necessário enrolar o próprio coração com arame farpado, resta-lhe um grito de dor.

 

A aproximação com o estranho já exigia uma certa precaução. Agora, até abraçar o mais íntimo dos mais próximos, deve se dar com fronteiras delimitadas pelo medo. O grito alerta ao próximo para não se aproximar mais. O amor na relação com o outro, único lugar em que ele poderia habitar, se revela na face da compaixão: amar o outro como a si mesmo. Amar o semelhante não abre espaço à paixão pelo diferente.

 

Agora eu sei, diz o poeta, qual o gosto da árvore do conhecimento.  E de alma aberta, ainda que perplexa, revela que este gosto nem sempre é doce, muitas e muitas vezes, é amargo.   

 

Poeta Hiran de Melo - Mestre Instalado, Cavaleiro Rosa Cruz e Noaquita - oráculo de Melquisedec, ao Vale do Mirante, 30 de julho do ano 2013 do encontro com a palavra perdida.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog