O Sagrado Feminino – As Primeiras Letras
- E quem está encarregada em acompanhá-lo neste
caminho? - Antigamente diríamos a professorinha, hoje é dito a tia.
Não me lembro de ter visto algum homem fazendo o
curso pedagógico a nível de segundo grau. Eu que já fui professor de um destes
cursos. Ensinava elementos de matemática. Também tive a oportunidade de
alfabetizar adultos. Sei da alegria proporcionada pelo abrir dos olhos à luz do
conhecimento. Mas, em geral, a função de abrir os olhos das crianças à cultura
escrita é confiada a uma mulher.
Conheci um excelente professor de matemática, o
professor e amigo Severino, que costumava dizer que evitasse fazer um grande
favor a qualquer pessoa, do contrário estaria não só construindo um novo
ingrato, mas, principalmente uma pessoa que lhe teria um grande rancor.
Não compreendia o alerta do nobre professor por
duas razões. Primeiro: ele me tinha feito não um, mas vários grandes favores.
Segundo: sempre lhe tive e tenho profunda admiração e lhe sou eternamente
grato.
Todavia, a vida é uma grande professora. E com ela aprendi que o alerta do
professor Severino fazia muito sentido. A razão é simples: em geral quando você
faz um grande favor a alguém, em verdade você supera um obstáculo que não lhe
era destinado e ao mesmo tempo você retira a oportunidade do destinatário de
superá-lo. Consequentemente lhe retira a oportunidade de desenvolvimento. A
pessoa, em geral, só se desenvolve superando desafios. Mas, existe ainda outra
razão mais profunda: você é a testemunha de que aquela pessoa teve um momento
de fraqueza e precisou de sua ajuda.
Evidentemente, toda regra possui exceções, eu mesmo
sou um exemplo como já afirmei acima. A exceção ocorre quando esta ajuda é dada
com amor e recebida da mesma forma. Quando é um amor misericordioso. O amor que
Jesus encarnou.
Fui alfabetizado pela professora Rosilda, que
aplicava um método de ensino bastante doloroso. Resposta errada? Entrava em
ação a senhora palmatória. Ela batia com muita força, mas eu não sabia dizer se
doía mais em mim do que nela. O abraço e o beijo que recebi dela quando vi a
porta do conhecimento se abrir, curou todas as dores e qualquer ressentimento.
Ela tinha orgulho de mim. O pagamento que ela recebia era na graça de
transportar a luz e poder transmiti-la.
Esta luz abriu para Hiran as portas da universidade
e de uma profissão. O professor Severino foi o avalista do exercício precoce da
profissão. Daí a minha gratidão. Nas pessoas de Rosilda e de Severino, registro
a minha gratidão a todos que me ajudaram a ser o que sou.
Não estaria na raiz mais profunda do Landmarque
Décimo Oitavo que exclui a mulher – preconizado pela Maçonaria Masculina - a
motivação alertada pelo professor Severino?
Como defender um Landmarque que impede a
participação de pessoas que me ajudaram a ser um cidadão baseado na discriminação
sexual?
A restrição a participação na Maçonaria não seria
um recalque – a exclusão, do campo da consciência, de certas ideias,
sentimentos e desejos, que o indivíduo não quer admitir, e que, no entanto,
continuam a fazer parte da sua vida psíquica – dirigido contra quem lhe
amamentou, lhe ensinou a andar, lhe ensinou a ler, lhe ensinou a vencer?
São questões inquietadoras, mas fugir delas não
resolve o problema.
Meu querido PAPAI, a quem nós lhe atribuímos o
título de Grande Arquiteto do Universo, derramai sobre nós a tua misericórdia e
nos ilumine com o Teu Espírito Santo no caminho do teu FILHO.
O Reino de Deus não é para os virtuosos fariseus,
mas para quem possui um sorriso de criança. Um sorriso que acolhe a todos os
filhos de Deus.
Poeta Hiran de Melo - Mestre Instalado, Cavaleiro
Rosa Cruz e Noaquita - oráculo de Melquisedec, ao Vale do Mirante, 8 de outubro
de 2007 da Revelação do Cristo.
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