O Arco Íris Maçônico – Capítulo 6
A Oração do
Coração
Resumo
Este artigo descreve uma experiência iniciática em
busca da oração do coração. A narrativa acompanha um grupo de buscadores que,
guiados por um mestre espiritual, adentram uma floresta em busca de um lugar de
retiro e aprendizado. A experiência é marcada por desafios e desconfortos. O
texto enfatiza a importância da persistência e da disciplina para alcançar os
benefícios da oração do coração.
Palavras-chave: oração do coração, experiência
iniciática, meditação, espiritualidade, natureza, jornada interior.
Iniciamos nossa caminhada quando os raios do sol já não
iluminavam tanto e veríamos, se
voltássemos nossos olhares para
trás, o sol se pondo rapidamente. Era preciso caminhar determinados para chegarmos ao nosso destino na hora do sol nascer de novo. Não
existia uma estrada, quando muito poderíamos nos referir à existência de uma
trilha. Nosso guia parecia seguir
mais a sua própria intuição do
que qualquer conhecimento do lugar.
A noite era de lua cheia, o que facilitava nosso penetrar na mata adentro. Em verdade, tinha também uma pista: nosso destino encontrava-se em um nível bem acima
do qual partimos. Ele morava em um lugar que nada poderia limitar seu horizonte.
A mata cantava a vida enquanto alguns predadores
noturnos iniciavam a busca pela sobrevivência. Nessas condições, a morte não
era um crime. A morte do outro era uma amiga. Não teríamos que nos lamentar se
fossemos escolhidos como presas. Todavia, não portávamos armas físicas, apenas
escudos espirituais e lanternas que brilhavam como fogo. E mesmo esse “fogo”
que não queima impõe respeito ou temor.
A lua já se recolhera e o sol já iluminava o caminho
quando chegamos à sua morada. A entrada se encontrava aberta como de costume,
até mesmo porque não existia porta. Paramos para contemplar melhor a cena.
Ele lá estava, com o olhar perdido na direção do
oriente; sentado na terra como uma montanha, mantinha as pernas cruzadas em uma
forma semelhante a presente no ícone do Desperto; com a coluna ereta como uma
árvore que se erguia em direção à luz ao meio-dia; respirava como um oceano, ao
ritmo das ondas, e cantava uma canção de uma única palavra: abba.
Compreendemos que ele orava e nada mais precisava
nos ensinar a não ser essa prática que a tradição chama de
oração do coração. Cada um de nós procurou um bom lugar e buscou seguir o
exemplo do irmão.
Logo, cada um de nós descobriu que o novo também
traz algum desconforto, devido aos nossos antigos e enraizados costumes.
Descobrimos mais tarde que seriam necessárias muita determinação e muitos dias
para que recebêssemos os benefícios plenos da oração do coração.
Depois de um pequeno período, que para todos nós
pareceu infinito, ele se levantou e nos acolheu com um sorriso de criança,
convidando-nos a bebermos água. Em seguida, dividiu conosco um pão que, apesar
de pequeno, nos deixou saciados. Era hora da partida; precisaríamos chegar ao
pôr do sol. No outro dia, viríamos para receber novas lições. Guardamos suas
palavras acerca do que vimos e vivemos.
“Na meditação é importante está centrado no coração,
lugar de integração do mental, que vem de cima, e do vital, que vem de baixo”.
Poeta Hiran de Melo - Mestre Instalado, Cavaleiro
Rosa Cruz e Noaquita - oráculo de Melquisedec, 11 de outubro de 2007 da
Revelação do Cristo.
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