O Arco Íris Maçônico – Capítulo 10
O
Lobo e o Cordeiro
Resumo
Este
artigo explora a dualidade presente no ser humano, representada pela metáfora
do lobo e do cordeiro. O lobo simboliza o ego, o desejo de poder e a busca por
prazeres egoístas, enquanto o cordeiro representa a compaixão, a humildade e a
conexão com o divino. O autor argumenta que a luta entre essas duas forças
ocorre no interior de cada indivíduo e que a escolha entre alimentar o lobo ou
o cordeiro é fundamental para o desenvolvimento espiritual.
Palavras-chave:
lobo, cordeiro, dualidade, ego, compaixão, oração do coração, desenvolvimento
espiritual, liberdade.
A tradição ensina que o coração do homem é o centro
da sua humanidade. As pernas, por estarem em permanente contato com a terra e
nela se apoiando, são como raízes. A cabeça, pela aproximação maior com o alto,
é como que alada: habita entre pensamentos muitas vezes opostos e em conflitos.
Na cabeça ocorre a dança de guerra entre um lobo e
um cordeiro. O lobo oferece ao homem a aceitação de um ego como centro do
universo. Nada importa, a não ser o próprio homem e sua existência repleta de
vitórias e prazeres: a glória do ego de cada homem. O cordeiro oferece ao homem
a presença de Deus como centro do universo e a fonte da vida eterna. Aquele a
quem você alimentar vencerá.
O irmão Roberto Crema, obreiro do Colégio
Internacional de Terapeutas, corrobora essa ideia ao afirmar que não é difícil
reconhecer que há dois seres no interior de cada um de nós. Um gentil e nobre,
é um príncipe, uma princesa. O outro é insensível, perverso, bandido. Vencerá
aquele que receber mais atenção e cuidado.
A tradição alerta que é possível alimentar o
príncipe mediante a oração do coração e por caminhadas. Caminhar nos lembra
que somos filhos da terra e devemos amá-la. Essa prática nos ensina o amor à
mãe. A oração do coração, por sua vez, permite-nos religarmos à fonte da vida e
permanecermos voltados para ela, ensinando-nos o amor ao pai.
Portanto,
alimentar o ser que desejamos que vença é nossa responsabilidade, e, como afirma Roberto Crema, o mistério da
liberdade. É dentro desse mistério que reside a verdade de que: podemos obrigar outro a ser nosso escravo,
mas é impossível forçá-lo a ser livre. Tornamo-nos aquilo que nutrimos em nós
ou aquilo que permitimos que os outros façam de nós.
É
importante que nos lembremos sempre: se não fizermos a escolha, outro fará por
nós. Portanto, não é
surpreendente observarmos uma pessoa
compassiva responder a uma violência com outra violência, ao sofrimento
com mais sofrimento, permitindo assim que o outro alimente o lobo. No nosso
projeto ‘Abertura para o diálogo’ não pretendemos produzir discípulos, apenas
contribuir para a vitória do cordeiro da paz em cada um de nós.
Poeta Hiran de Melo - Mestre Instalado,
Cavaleiro Rosa Cruz e Noaquita - oráculo de Melquisedec, ao Vale do Mirante, 4
de novembro de 2007 da Revelação do Cristo.
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