Na luz
da manhã - Quando o Sol estiver no Zênite
Já li
e ouvi por diversas vezes a expressão “Irmão de Verdade” ou a sua equivalente
“Verdadeiro Maçom”. E fico a me perguntar: existe um critério que possa ser
utilizado na rotulação de verdadeiro ou falso à condição de ser reconhecido
como maçom?
A
condição para ter acesso a Ordem Maçônica é ser livre e de bons costumes.
- Se
for assim, passe.
É o
que se ouve das luzes na iniciação maçônica.
Mais
tarde esta condição deverá ser sempre confirmada pelos demais maçons. Não posso
me afirmar maçom, a iniciação não me dá este direito. Far-se-ão necessários,
sempre, os reconhecimentos dos maçons.
Muitos
assuntos geram debates e discórdia no meio maçônico, todavia, pelo menos um
nunca gerou. A maçonaria simbólica é constituída de três graus. A saber:
aprendiz-maçom, companheiro-maçom e mestre-maçom.
A
maçonaria nestes três graus é denominada simbólica porque neles o símbolo é
ícone da união. Reconhece-se um filiado à maçonaria simbólica como um maçom se
a prática deste obreiro é simbólica, o que vale dizer, conduz a união.
Exatamente em oposição à prática diabólica, esta sim, conduz à separação, a
ruptura, a desunião dos irmãos.
Lembremos
que por definição a maçonaria nos seus três graus não contempla práticas
diabólicas. Ela é uma instituição simbólica.
Pode-se
argumentar que a existência de vários ritos tiraria o caráter simbólico da
maçonaria, também nos seus três primeiros graus. Todavia, participando das
sessões de lojas que operam em ritos diferentes não observei nada que
confirmasse tal quebra no simbolismo.
A
existência de ritos diferentes apenas responde a necessidade de respeitar a
formação cultural dos obreiros das lojas. Assim ao obreiro de formação cultural
que apenas pode afirmar a existência de um ser criador transcendental, lhe é
oferecido uma loja que opera num Rito Hiramita. Ao obreiro que pode afirmar a
manifestação do Cristo no homem, lhe é oferecido uma loja que opera no Rito
Adonhiramita. Cito apenas estes dois exemplos. O que posso testemunhar é que as
visitas constantes de obreiros de formação diferentes as lojas confirmam o
domínio do símbolo entre nós. O que vale dizer, da união entre nós. O visitante
é sempre acolhido com o maior respeito e carinho.
Quando
o sol estiver no zênite os trabalhos começarão. O mistério que envolve o início
dos trabalhos maçônicos no primeiro grau iniciático ao meio dia dificilmente é
revelado. Todavia, pode ser especulado.
Durante
todas as horas do dia algo faz companhia ao obreiro. Muitas vezes às escondidas,
mas a maioria das vezes a descoberto. Exceto quando o sol está no zênite.
Neste momento a sombra não existe. Apenas neste momento. Assim ele é sagrado
para o início dos trabalhos.
Aceitar
que somos também portadores de sombras, as nossas próprias, não nos retira o
nosso caráter simbólico. Todavia, para sermos efetivos agentes da união se faz
necessário que acolhemos a nossa inteireza. Somos fortes, e somos fracos. Somos
brutos e somos ternos. Somos da força e somos da beleza...
Uma
instituição que opera sob o símbolo da Ordem Maçônica abriga no seu interior
uma constelação de estrelas que brilham com luzes próprias em liberdade,
todavia na condição da igualdade de seres fraternos.
Então,
voltando à questão inicial: existe um critério que possa ser utilizado na
rotulação de verdadeiro ou falso à condição de ser reconhecido como maçom?
-
Propomos verificar se o que o obreiro expõe, propõe, conduz a união dos
obreiros.
Um
critério simples como se vê. Além disso, é aplicável a atuação do obreiro no
mundo profano. Se o obreiro na sua prática diária é acolhedor, paciente,
tolerante a cosmo visão do outro..., ele é um exemplo de maçom.
Lembremos
que ao obreiro portador do nível de consciência no grau de aprendiz, ou mesmo
de companheiro, lhe é permitido uma audição repleta de misericórdia. Lembremos,
também, que este nível não possui ligação direta ou subordinada ao avental que
o obreiro se veste na sessão da loja. Mas, sim ao que ele se reveste no
simbolismo.
Tudo
de bom e belo.
Poeta Hiran de Melo - Mestre
Instalado, Cavaleiro Rosa Cruz e Noaquita - oráculo de Melquisedec, ao Vale do
Mirante, 26 de dezembro de 2009 da Revelação do Cristo.
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