Mundo Místico – Capítulo 6

O dragão e o Cordeiro

 

Há algo em meu corpo que pensa, que julga, que decide. Não sei que nome lhe dar. A palavra ego é a mais próxima. A palavra "dragão" remete ao Apocalipse, à revelação.

 

Penso que é do dragão que vem o medo, ou aonde se localiza o medo que aprisiona o meu corpo. Pois, o dragão em nada verdadeiramente confia. Não se alimenta, devora. Não beija, devora. Não comunga, devora.

 

O dragão que pensa ser livre porque sabe interpretar. Todavia, confunde a interpretação dos fatos com a verdade dos fatos. Confunde conhecimento com sabedoria. E a cada dia está mais prisioneiro de sua própria caverna.

 

Em torno da caverna, a cada instante, constrói uma altíssima muralha. Pensa que está protegido do desconhecido, mas apenas perde a visão do horizonte. Confunde a luz da vela com a luz do sol. Troca o símbolo pelo simbolizado.

 

Há algo em meu corpo que me alerta. Não sei que nome lhe dar. A palavra "self" é a mais próxima. A palavra "Cordeiro" remete ao Apocalipse, à revelação.

 

Penso que é do Cordeiro que vem a confiança, ou aonde se localiza a humildade que liberta o meu corpo. Pois, o Cordeiro em tudo verdadeiramente confia. Não devora, se alimenta apenas do essencial. Não devora, beija, e no beijo se realiza a troca do sopro da vida. Não devora, comunga com o outro o milagre da vida.

 

Do Cordeiro vem a aceitação da diferença contida no outro. Do dragão vem a rejeição ao diferente de si mesmo. O Cordeiro abre portas para a vida eterna. O dragão só me apresenta a vida agora.

 

Estas foram palavras que ouvi de um velho sábio amigo. Disse-me mais: que a compreensão da existência, no seu corpo, dessas duas identidades tinha sido uma grande conquista, após anos de longos estudos. O habitar do bem e do mal em um mesmo lugar. Tudo vem de uma mesma fonte. Embora o criador esteja além do bem e do mal.

 

Estávamos de pé, cada um referenciando a existência do outro. Dei-lhe um aperto de mão, como presente. Ele me retribuiu o presente com um aperto de mão.

 

Poeta Hiran de Melo - Mestre Instalado, Cavaleiro Rosa Cruz e Noaquita - oráculo de Melquisedec, 11 de Setembro de 2010 da Revelação do Cristo.

 

Anexo: Elementos da Mística

 

"O dragão e o Cordeiro" é um texto que convida à reflexão sobre a natureza humana e o caminho espiritual. Ao explorar a dualidade entre o ego e a espiritualidade, faço um convite para buscarmos um equilíbrio entre as diferentes facetas de nossa natureza, permitindo-nos viver uma vida mais plena e significativa.

 

Os elementos Chave

 

O dragão

 

Ø  Representa o medo, a dúvida, o desejo de controle, a necessidade de interpretar e julgar tudo.

Ø  O dragão se prende em suas próprias crenças e interpretações, limitando sua visão e aprisionando-se em uma caverna mental.

Ø  O dragão teme o desconhecido e, por isso, constrói muralhas ao redor de si, isolando-se da verdade e da plenitude da vida.

 

O Cordeiro

 

Ø  Representa a confiança, a humildade, a aceitação, o amor e a conexão com o divino.

Ø  O Cordeiro se liberta das amarras do ego, permitindo-se experimentar a vida em sua plenitude e conectar-se com os outros.

Ø  O Cordeiro busca a verdade além das aparências, reconhecendo a diferença e a diversidade como parte da beleza da vida.

 

A Dualidade Humana

 

Ø  O texto demonstra a luta interna entre o ego e a espiritualidade, presente em cada ser humano.

Ø  Apesar da aparente oposição, o dragão e o Cordeiro provêm da mesma fonte, indicando a unidade fundamental de toda a existência.

Ø  A compreensão e a aceitação dessa dualidade representam um importante passo no caminho da evolução espiritual.

 

Pontos Chave

 

Ø  O texto alerta para o perigo de confundir a interpretação dos fatos com a verdade em si, enfatizando a importância de buscar a essência além das aparências.

Ø  Adquirir conhecimento é importante, mas a verdadeira sabedoria reside na capacidade de aplicar esse conhecimento de forma compassiva e amorosa.

Ø  O ego pode ser um obstáculo no caminho espiritual, mas também pode ser um instrumento de transformação quando integrado à consciência superior.

Ø  O texto enfatiza a importância de se conectar com os outros e com o divino, reconhecendo a interdependência de todas as coisas.

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