Mundo Místico – Capítulo 10


“Eu sou negra, todavia sou bela. Ò filhas de Jerusalém. Sou como tendas de Cedar, como os pavilhões de Salma”. (Cântico dos Cânticos).


A imagem que me cobre

 

Na imensidão do deserto, o bem-amado ora em profundo silêncio solene. O vento açoita a sua tenda negra, semelhante às tendas de Cedar. De repente, um cântico ecoa, pedindo-lhe para não ter pressa. Ele se revela vindo da outra tenda instalada ao lado da sua. Esta, por sua vez, assemelha-se às tendas dos pavilhões de Salma.

 

Ø Estou de volta, amado filho... abençoado sejas.

 

ü Eu sou quem a ouve e aguarda ansiosamente.

 

Ø Eu sei. Ouves a imagem que te trago. Ela é serena e profunda, trazendo tranquilidade aos corações dos homens dessa terra. Anuncio-te que em breve todos os iniciados poderão perceber sua presença na vida. É um som puro, semelhante ao som que vem das águas do rio celestial, o seu movimento lembra a dança do vento que acaricia a tua face. Ele ecoa por cada canto do universo, preenchendo os espaços vazios que há nos homens. Podes sentir?

 

ü Permite-me que me cale, e que eu possa ouvir apenas a tua voz...

 

Ø Tu gostarias de saber mais sobre a imagem que te cobre, não é? O sol nos acolhe a cada dia, como o nosso pai. Junto com ele vem a luz que ilumina as nossas almas.

 

ü Tu és uma radiante deusa-mulher. O universo se encanta com teu canto, teus filhos festejam teu existir. Belas fogueiras que iluminam, mas não queimam, são acessas em tua homenagem. Somos mais que estrelas, mais que poeira de estrelas.

 

Ø Tenho a lembrança do que trouxe o meu bem-amado de volta à vida. Vou te revelar o meu desejo.

 

ü Revelar a palavra que liberta, cura e salva?

 

Ø Sim, logo saberás. Não há pressa. Logo, a trindade será revelada.

 

Na imensidão do deserto, Melquisedec medita em profundo silêncio. O vento castiga e envelhece a sua tenda, de modo semelhante às tendas de Cedar; ao mesmo tempo que preserva o ardor de sua mocidade, semelhante às tendas de Salma. O seu coração aprecia o eco do cântico que lhe pede para não ter pressa.

 

Poeta Hiran de Melo - Mestre Instalado, Cavaleiro Rosa Cruz e Noaquita - oráculo de Melquisedec, 9 de dezembro de 2010 da Revelação do Cristo.

 

Anexo: Elementos da Mística

 

"A imagem que me cobre" é um texto rico em simbolismo e poesia, convidando o leitor a uma reflexão sobre a natureza da realidade e a busca pelo sentido da vida. O texto explora temas universais como a espiritualidade, a natureza e a condição humana, utilizando uma linguagem poética e imagens evocativas.

 

Elementos-chave

 

v A imagem do deserto, das tendas, do sol e do vento são utilizadas como metáforas para representar estados interiores e processos espirituais.

v A repetição da frase "não há pressa" enfatiza a importância da paciência e da espera na jornada espiritual.

v A imagem da tenda de Cedar, que representa o envelhecimento, e a tenda de Salma, que simboliza a juventude, sugere a coexistência de opostos e a busca por um equilíbrio.

v A Imagem que Cobre é uma metáfora para uma experiência espiritual profunda e transformadora. É descrita como um som puro, uma dança do vento e algo que preenche os espaços vazios nos homens.

v A figura da deusa-mulher representa a energia feminina, a criatividade e a força da natureza. Seu canto encanta o universo e suas fogueiras iluminam sem queimar, simbolizando a transformação espiritual.

v A menção à trindade sugere uma conexão com conceitos religiosos e filosóficos mais amplos, indicando a presença de uma força superior e a interconexão de todas as coisas.


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