Mundo Místico – Capítulo 1



Uma vez que ao conhecer o outro, eu fico perplexo diante da dificuldade na realização da profecia de Jesus: amarás o teu próximo.

Carta à Maria

 

A busca pela paz, mencionada por Melquisedec, me leva a refletir sobre a jornada de cada um de nós. E nesse sentido, Nobre Maria, desejo que um dia de Sol ilumine permanentemente seu caminho.

 

Aqui na Serra da Borborema, a atmosfera é de verão e a cidade parece adormecida. A lembrança das palavras de Melquisedec ecoa em minha mente: 'Senti um aroma de paz e entrei confiante no jardim de olhos fechados. Mas, aonde existe flor encontramos espinhos, em princípio para proteger a pureza do que floresce'. Essa imagem do jardim, com sua beleza e seus desafios, me faz refletir sobre a complexidade da experiência humana.

 

A busca pela paz interior, muitas vezes, se depara com os espinhos da vida. São as dificuldades, os obstáculos e as decepções que nos desafiam a crescer e a nos transformar. No entanto, é justamente nesses momentos que podemos encontrar a força para florescer e alcançar um estado de maior plenitude.

 

Estava assistindo a um filme quando uma personagem me fez pensar no que temos tratado neste espaço de troca de mensagens. Ela afirmava que “a doutrina de Jesus tinha um pressuposto falho – o homem como um ser bom na origem, enquanto as pessoas em geral não o são”.

 

O pressuposto, falso ou não, me fez entender porque Jesus me comove. Pois é exatamente assim que vejo as pessoas: como boas. E não tenho buscado outra coisa em toda a minha vida, senão ser reconhecido como uma pessoa boa.

 

Quando sou apresentado a uma pessoa, logo a trato com cortesia, carinho e afeto, com tudo de bom e belo. E por mais que esta pessoa, posteriormente, se mostrasse indigna de tal tratamento, não conseguia vê-la como uma pessoa do mal.

 

Mais ainda, se essa pessoa tentasse me fazer um mal, ou mesmo que ela tivesse obtido êxito neste propósito, não conseguiria sentir ódio. Não haveria mesmo nem necessidade de perdão pessoal. Pedir-lhe-ia apenas ao nosso Pai comum que a iluminasse e a guardasse.

 

Não posso negar que vejo, hoje, muitas pessoas utilizando todos os meios para obter seus objetivos imediatos. E assim, muitas parecem agentes do mal. Mas, ao contemplar qualquer uma destas pessoas, vejo um constrangimento na alma. Como se agisse contra sua natureza original.

 

Também conheço escritos que classificam, de modo geral, as pessoas em dois grupos: normais e anormais. E, de modo mais detalhado, em vários grupos, de acordo com as patologias diagnosticadas. Todavia, é da minha natureza tratar as pessoas como boas, independentemente do que elas sejam de fato. Não posso ir contra a minha natureza.


Ao aproximar-se o dia de minha partida, uma coisa me entristece profundamente. Nunca me dei tempo para conhecer as pessoas, sempre as tratei como se as conhecesse de chegada. E, com o tempo, elas se revelam tão estranhas, que me dão a sensação de que não pertenço a esse mundo. Uma vez que, ao conhecer o outro, fico perplexo diante da dificuldade na realização da profecia de Jesus: amarás o teu próximo.

 

Poeta Hiran de Melo - Mestre Instalado, Cavaleiro Rosa Cruz e Noaquita - oráculo de Melquisedec, 02 de novembro de 2010 da Revelação do Cristo. 


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