
Cosmovisão em construção Cosmovisão em construção Até onde me lembro, quando menino o meu mundo era a minha casa, meus pais, irmãos e primas. Além da casa, tinha a rua e lá a minha visão do mundo se ampliava. A porta da casa não era um limite entre o sagrado e o profano, porque a rua era uma continuidade da casa. Nas calçadas das casas eu e os amigos brincávamos, corríamos e, quando, sentávamos e sorriamos satisfeitos. Não havia relógio para marcar o tempo. O tempo não existia, não nos amedrontava. Nem sabíamos que depois, muito depois, Ele se apresentaria como Cronos que nos criava como filhos e que com o ciclo solar iria nos devorar. O tempo da liberdade da rua se indo, veio o tempo da escola. A disciplina não dava espaço a brincadeira. Não sabia para que estudar, decorar tantos nomes, tantas classificações, tantos conhecimentos, a não ser para não ser humilhado com notas baixas nas provas. Estudar para ser gente na vida, era a promessa. ...